sábado, 22 de novembro de 2014

O CIRCO




Momento de fixar as estacas
Levantar as lonas
Onde o coração pulsa como o ronco de V12
Fazendo circular gasolina pelas veias
O odor do óleo inalado pelas narinas

Flechas de prata, cavalos rampantes
Touros famintos e tantos outros monstros
Informáticos, tecnológicos, robóticos
Calçando ferraduras de borracha
Que deixa seu cheiro no ar

Feroz e voraz
Veloz, capaz
Seriam capazes de dar voltas ao mundo
O mundo que para apreciando o universo incomum
Que desfilam fama, beleza e poder

Coragem em milésimos de segundos
Precisão e coragem
Um deslize e pode ser fatal
Fatal na pintura da obra em busca da vitória
Fatal para a própria vida

Guerreiros vestidos por suas armaduras
Cavalgando com capacetes e luvas
Macacões coloridos por diversas marcas
Que vem de várias raças
Botas sensíveis ao romper o asfalto

Gladiadores nas arenas
Para o povo ligado nas antenas
Olhos atentos a cada metro
Vendo circular, mas não em círculos
Viram a direita, viram a esquerda

Curvas e retas que nem sempre são retas
Conduzem ao caminho da sua conquista
Cruzando em preto e branco
Para banhar-se em champagne
Erguendo seu estandarte

Bandeira do guerreiro vencedor
Lutadores desarmados
Desarmando este circo
Seguindo por novas estradas
Em busca de outras batalhas




Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

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