sábado, 29 de novembro de 2014

CRÔNICA DE UM ROMANCE

         


         No dia em que te conheci não foi amor à primeira vista. Mas foi uma loucura, uma loucura insana.

          Tu devias ter imaginado que eu seria apenas mais um aventureiro para desfrutar-te e em seguida partir e abandonar-te, como tantos outros fizeram.

          Confesso que no início embarquei para uma aventura. Conheci-te quando meu coração estava terrivelmente machucado e estava precisando mudar de vida de uma forma radical. Precisava apaixonar-me.

          Tímido, fui te conhecendo ainda assustado, e com pouco tempo para isso, pois o trabalho tomava-me o tempo para que pudesse te visitar continuamente.

          Fiquei a conhecer-te e desfrutar dos cantos e encantos, a ficar maravilhado. Uma menina, e sempre será uma rapariga, mesmo com idade já avançada, com muitas histórias para contar. Histórias de conquistas, de sofrimento com dificuldades e lutas, revolta.

          Uma revolução libertou-te da opressão, fez com que você pudesse se tornar moderna, uma aparência jovial, novas vestes e contemporânea. Oportunidade de conhecer muitas pessoas de todas as partes do mundo e ficarem apaixonadas.

          Tu és do trabalho duro, pesado, porém responsável, para poder adquirir os recursos para sustentar tua beleza do COTIDIANO. Gosta da diversão, das baladas e de virar a madrugada em festa. Muitas festas, nos quatro cantos da cidade.

          Inverno a chegar a zero, e mesmo assim você aquece-me, e no verão aproveitamos para nos bronzear no sol que brilha, e brilha quase que 300 dias ao ano. Sendo bela em todas as estações do ano, com o límpido azul do céu, sempre presente, refletindo o teu brilho.

          Ficou apaixonante, e não queria que tivesse um fim. Desejava ali ficar e morrer em teus braços, até eu chegar com idade bem avançada, de dias bem vividos ao teu lado.

         Fui estúpido em deixar-te, abandonei e fugi. Fuga por medo, insegurança, covardia sobre o meu futuro.

          Lamento todos os dias de saudades. As noites são sofridas e chorosas por querer estar com você, poder ver-te desde o amanhecer até o meu dormir. Conhecer-te ainda mais, sentindo o teu cheiro, viver em novos passeios e nossas novas aventuras.

          Ah, Lisboa, um dia eu ei de voltar e realizar novamente o meu sonho e nunca mais abandonar-te, e no Tejo deitar fora as minhas cinzas.



Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho


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