Sentado
observando a destruição
Vazio, só restou trevas
Terra
esvaziada pelo anjo da morte
Veio abaixo como um trovão
Lançado
do céu ou vindo do abismo
Consumindo
como um fogo incontrolável
Nada à frente para o deter
Meus
bens materiais arruinados
Os
animais nos campos devorados
Nem
tão pouco meu temor era obstáculo
Seres
humanos evaporaram pela ira
Todos filhos, todos estavam ali a se divertir
Amores, todos meus amores
Sou homem íntegro e reto
Evitando todo o mal
Evitando todo o mal
Abandonei-me
pelas ruas
No
COTIDIANO fui levado ao vento
Tornei-me
indigente enfermo
Coberto
de feridas pelo corpo
Que
coçava com cacos que via à mão
Só não era pior que a ferida da alma
Valente
em lutar por respostas
Machucada por acusações da minha mulher
E
os poucos amigos que me restaram
Eu
aguardava sem desespero a solução
As críticas eram sem conhecimento
Cada um com uma versão, uma visão
Discurso sem fundamento
Tentando me culpar com sua opinião
Paciência no sofrimento
Perseverança que não foi em vão
Perseverança que não foi em vão
A
alma poderia estar doente
O
espírito paciente na fé
E
esta me fez compreender
Pelo entendimento: não foi pelo meu erro
Ouvia
aquela voz e a debatia
Enfim
pude aceitá-la e obedecer
Trazendo-me
restituição e paz
Até descansar farto de dias
Vendo novos filhos e filhos dos meus filho
Wagner Pires
in, Roteiros de Uma Rotina
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