quinta-feira, 22 de outubro de 2015

TORRE DE VIGIA

Catedral da Sé, Lisboa Portugal - foto Wagner Pires



Mundo que muda
Mas a rotina continua muda
Solitário
Silêncio até no campanário

Cercado pela cerca
A mesma que protege a lerca
Em murcha e corroída alma
Por conflitos que tiraram a calma

Muda da murta plantada
Nem ao menos podada
Deixa a visão encoberta
Olhando pela janela entreaberta

Revela o fiasco
A espera do carrasco
Vendo os dias sendo contados a leste
Não dormem, vermes que causam a peste

O vento é fraco e não faz tocar o sino
Traz a chuva que contrasta o rosto cristalino
Tortura que leva à loucura
Puro acaso da mente pura

Ingenuidade em acreditar
Que o mundo lhe poderia mudar
Na mochila de roupa carrego apenas uma muda
E fico com minha palavra muda



"Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição sobre a muralha; aguardarei para ver o que Ele me dirá e que resposta terei à minha queixa"
Habacuque 2:1 


Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

Nenhum comentário: